Comunicação de Apoio na Busca por Emprego na Alemanha

Informar e motivar pessoas em situação de desemprego.

A iniciativa foi implementada entre outubro de 2010 e janeiro de 2011, no contexto de um estudo experimentalOs estudos experimentais utilizam mecanismos aleatórios (isto é, sorteios) para definir quem será e quem não será contemplado por um determinado programa ou política pública, garantindo que as diferenças futuras entre estes grupos possam ser atribuídas com maior credibilidade à intervenção em si — e não a diferenças entre quem é e quem não é "tratado". envolvendo aproximadamente 53 mil indivíduos.

Foram enviadas brochuras pelos correios, que abordaram quatro temas:

1. ambiente econômico e situação do mercado de trabalho alemão à época, com ênfase à situação positiva de recuperação, visando transmitir a ideia de que se tratava de um momento ideal para buscar um novo emprego;
2. resumo da evidência empírica sobre a associação negativa entre duração do desemprego e as chances de se recolocar profissionalmente e a respeito da tendência de indivíduos em situação de desemprego a subestimarem a importância do empenho na busca por um novo emprego;
3. resumo da evidência empírica sobre a relação entre desemprego e situação de saúde, estabilidade familiar e bem-estar psicológico;
4. canais de busca, enfatizando a importância de canais informais (como redes de contatos), e mensagem de que sentimentos de frustração durante o período de busca seriam perfeitamente normais e, idealmente, não deveriam cumprir o papel de desencorajar.

Foram documentadas, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do impacto causal dos esforços de comunicação:

• não foram encontradas evidências de efeitos estatisticamente significantes no número total de dias frequentando um emprego ou nos rendimentos auferidos no mercado de trabalho, no horizonte de até 1 ano após o envio das brochuras [1];
• os resultados descritos acima mascaram, no entanto, diferenças substanciais de impacto quando se leva em conta o perfil dos desempregados: para indivíduos que, conforme características sociodemográficas, localidade e histórico de emprego, tenderiam a ter um risco maior de enfrentar períodos mais longos de desemprego, houve aumento de 4,2% (ou de 4,7 dias) no número total de dias frequentando um emprego e de 1,6% nos rendimentos auferidos no mercado de trabalho [1];
• há evidências de que os resultados positivos descritos acima tenham se mantido no horizonte de até 2 anos após o envio das brochuras, mas estes efeitos tendem a ser imprecisamente estimados [1].