Olá, *|NOME|* O lançamento pelo Imds, em setembro, de um conjunto de dados reunidos sob o tema “Eleições 2022 – mobilidade social: indicadores estaduais e políticas públicas” reforça uma característica que sempre esteve presente nos propósitos dos estudos e pesquisas que conduzimos: a permanente busca da conexão do trabalho acadêmico e científico com os interesses dos cidadãos, da opinião pública e da sociedade como um todo. Como vocês acompanharam, o painel “Eleições” abordou diversos temas a partir de um conjunto de indicadores estaduais importantes para a gestão pública e que são insumos fundamentais para diagnósticos de programas de governo. Este conjunto de estatísticas foi construído tanto para municiar o debate eleitoral quanto para o contexto de elaboração dos programas de governo dos candidatos vencedores. A partir dos indicadores contidos no painel “Eleições”, o Imds elencou aqueles que se relacionam diretamente com a mobilidade social inter ou intrageracional, com o intuito de explicar de que forma ocorre essa relação --em cada etapa do ciclo de vida envolvendo indivíduos, famílias e o território em que vivem. Uma aplicação prática e direta na realidade e nas decisões a serem tomadas por gestores públicos em cada estado brasileiro. É disso que se trata a apresentação “Eleições 2022 – mobilidade social: indicadores estaduais e políticas públicas”. Essa conexão direta entre pesquisa e sociedade percorre toda a apresentação, ao relatar políticas públicas e programas sociais já implantados no Brasil ou em outros países, associados aos temas abordados. São políticas cujas avaliações apontam resultados promissores ou cujo desenho está bem consolidado em evidências, sugerindo bom potencial no trato e no alívio de uma série de questões levantadas pelos indicadores. Os conteúdos trafegam por temas como Situação de Extrema Pobreza, Cobertura Vacinal e Evasão Escolar e estão organizados nos capítulos Infância e Adolescência, Juventude, Família e Território –este último corte analisa como a infraestrutura do entorno pode propiciar oportunidades ou apresentar entraves e limitações com as quais os indivíduos e famílias se deparam ao sair de seus domicílios, ou mesmo dentro de casa, mas por fatores exteriores. O painel traz também experiências brasileiras promissoras, finalistas do “Prêmio Evidência” e do “Troféu Imds – Mobilidade Social”, não necessariamente avaliadas, mas que trazem evidências científicas em sua formulação. Múltiplos são os fatores que colaboram para a formação de habilidades dos indivíduos ao longo da vida – família, escola, vizinhança, região de residência e outros. E quando esses fatores – ou oportunidades – não são distribuídos de forma equilibrada, os resultados produzidos também não o são. Por exemplo, a taxa de mortalidade infantil por mil nascidos vivos chega a ser três vezes maior entre mães com 7 anos ou menos de estudo, frente àquelas com 12 anos ou mais de escolaridade, em Roraima. Em outro recorte, no ensino médio, o nível de proficiência adequado em Língua Portuguesa alcançado por alunos do 3º ano é sempre mais alto para aqueles cujas mães têm ao menos ensino médio completo, quando comparado com o desempenho dos filhos de mães que não completaram o ensino fundamental. Olhando para o ambiente familiar, em particular, habitação, crianças e adolescentes em domicílios no quinto superior de renda quase sempre têm acesso à internet, mas essa não é a realidade para os que vivem em domicílios pobres, nos quais a falta de acesso varia de 10% no Distrito Federam a quase 50% no Acre. Considerando a segurança do território, medida em taxa de homicídios por 100 mil habitantes, vemos que a desigualdade entre estados chega à ordem de 6,5 vezes – de 7,3 em São Paulo, a 29,6 no Maranhão e 47,4 na Bahia. Esses são alguns exemplos em meio a tantos outros que mostram as várias dimensões de desigualdade. A boa notícia é que existem programas diversos – de realocação residencial, atenção básica em saúde, inserção laboral, gestão educacional e recuperação de aprendizagem e até estimulação infantil na primeira infância, que podem ser combinados pelos gestores públicos em busca de equalizar as condições de desenvolvimento dos cidadãos Brasil afora. Até a próxima “Carta do Imds”! Paulo Tafner, diretor-presidente |