Programa Piloto de Inclusão de Educação Financeira no Currículo Escolar no Brasil

Data de publicação: 01/04/2022

Data da última atualização: 20/10/2022

Qual o objetivo?

Estimular a educação financeira entre alunos do ensino médio em escolas públicas, no contexto da "Estratégia Nacional de Educação Financeira", iniciativa lançada por entidades reguladoras do sistema financeiro e pelo governo federal no Brasil.

Onde e quando foi implementado?

Os estados brasileiros que fizeram parte do estudo-piloto foram: Distrito Federal, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Ceará e Tocantins. As turmas receberam educação financeira durante o segundo semestre da décima primeira série (outono de 2010) e o segundo e terceiro semestres de educação financeira ao longo da décima segunda série (primavera de 2011 e outono de 2011), o último ano do ensino médio.

Como é o desenho?

Desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC) e pelas secretarias estaduais e municipais em parceria com profissionais da área de finanças pessoais, psicólogos e sociólogos, o programa forneceu, aos alunos e professores do 2º e 3º anos do ensino médio, material didático que expunha conteúdos em educação financeira por meio de estudos de caso.

Este material era formado por 72 estudos do tipo, que poderiam ser ensinados de forma integrada ao currículo básico de todas as matérias obrigatórias (incluindo Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História e Geografia), durante três semestres. As escolas participantes também recebiam diretrizes gerais para ensino e material de apoio para treinamento dos professores.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentados, no artigo listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do impacto causal do programa nos alunos matriculados nas escolas participantes:

  • ao final dos três semestres de programa, a integração dos conteúdos melhorou em 5% o desempenho dos alunos em um teste elaborado para medir a proficiência financeira [1];
  • no mesmo período, a intervenção também aumentou em 12% e 13%, respectivamente, a frequência com que os alunos diziam considerar-se poupadores (em comparação a “gastadores”) e que diziam poupar pelo menos parte de sua renda [1];
  • comportamentos ligados à organização das finanças pessoais também melhoraram como resultado do programa: a frequência com que os alunos diziam listar os gastos mensais em um orçamento aumentou por volta de 20% e o costume de comparar preços antes de realizar uma compra teve frequência 1% maior [1];
  • há também indício de que o novo currículo estimulou a participação dos jovens na força de trabalho enquanto trabalhadores em 5% [1];
  • todos os impactos positivos descritos acima foram acompanhados por um aumento na frequência com que os alunos teriam pedido dinheiro emprestado (10%) [1].
De onde vem essa informação?
  1. Bruhn, M., Leão, L.S., Legovini, A., Marchetti, R., & Zia, B. The Impact of High School Financial Education: Evidence from a Large-Scale Experiment in Brazil. American Economic Journal: Applied Economics, 8(4), 256-295.


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