Programa Escolar OneGoal de Desenvolvimento Socioemocional e Preparo para o Ensino Superior em Chicago

Data de publicação: 07/05/2022

Data da última atualização: 27/12/2022

Qual o objetivo?

Colaborar para a transição bem-sucedida de estudantes em situação de vulnerabilidade social do ensino médio para universidades.

Onde e quando foi implementado?

O programa OneGoal foi implementado em escolas públicas de Chicago a partir do ano de 2007.

Como é o desenho?

O programa teve duração total de 3 anos e foco em alunos do ensino médio. O primeiro componente foi um esforço de triagem e seleção dos alunos-alvo, utilizando informação do corpo docente. A inscrição, após a organização de sessões que transmitiram informação sobre o programa, requereu o preenchimento de um formulário e a entrega de 2 ensaios escritos. Os alunos aprovados com base nessa informação, foram, então, entrevistados e classificados de acordo com seu comprometimento com o processo de inscrição e de acordo com cinco princípios, selecionados pelo programa por serem considerados preditivos de liderança: profissionalismo, ambição, integridade, resiliência e desenvoltura. Ambos os critérios foram utilizados para selecionar o grupo final de alunos que participariam das atividades do OneGoal.

O segundo componente do programa consistiu em um currículo diário voltado para habilidades cognitivas, e, em especial, para formação de habilidades que poderiam ter impacto sobre as oportunidades de acesso a universidades. Assim, por exemplo, os alunos recebiam tutoria diária por parte dos professores selecionados e treinados pela equipe que implementava o programa, focada em melhorar suas notas em provas e exames padronizados. Nas aulas destinadas à formação destas habilidades, o programa também organizou visitas a universidades, workshops sobre financiamento estudantil, workshops de treino de escrita para ensaios que seriam entregues para as universidades durante o processo de admissão e um curso online de preparação para o ACT, um teste de múltipla escolha feito no 2º ano do ensino médio que abrange Língua Inglesa, Matemática e Ciências. Os alunos que progrediram para a universidade também receberam, após a entrada, ajuda em cursos e outros desafios que poderiam ter enfrentado na transição para o ensino superior.

O terceiro e último componente do programa foi estruturado em torno de sessões sobre habilidades socioemocionais específicas - como as de definir objetivos e gerir o tempo, a capacidade de trabalhar em equipe, e de autoreflexão -, dando aos alunos a oportunidade de desenvolver essas habilidades ao lidar com as tarefas da escola e com o processo de admissão à universidade. Por exemplo, em uma das sessões, os alunos são estimulados a estipular objetivos para as próximas etapas da vida, a construir um plano de ação para alcançá-los, e a reavaliar com frequência se os objetivos foram alcançados. A expectativa dos criadores do programa era de que esse tipo de prática reforçaria o desenvolvimento de habilidades importantes e também contribuiria para o cumprimento de tarefas que teriam importância para o ingresso na universidade.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, no artigo para discussão listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do impacto causal do programa entre os alunos participantes:

  • aumento, entre meninos, de 14% de um desvio padrão em um indicador de habilidades cognitivas (contendo informação sobre a nota média global e matérias cursadas), nos anos seguintes à implementação, embora não tenham sido encontrados efeitos estatisticamente significantes para o grupo de meninas participantes [1];
  • os efeitos positivos sobre habilidades cognitivas, entre meninos, descritos acima, foram maiores para aqueles com menores habilidades ao início da implementação do programa, sugerindo que o programa diminuiu a dispersão e a desigualdade na variável nesse grupo [2];
  • aumento, entre meninos, de 12%, e de 17% entre meninas, de um desvio-padrão em um indicador de habilidades socioemocionais (contendo informação sobre, por exemplo, disciplina em sala de aula e faltas), nos anos seguintes à implementação [1];
  • não houve aumento estatisticamente significante, para meninos e meninas, na taxa de graduação no ensino médio [1];
  • aumento de 40 a 80% (de 10 a 20 pontos percentuais) na taxa de meninas, que tinham se matriculado na universidade, no período de até três anos após o ano de término do ensino médio, embora não tenha sido encontrado efeito estatisticamente significante sobre a mesma variável para meninos [1];
  • redução de 5 pontos percentuais na taxa de meninos que tinham sido presos pelo menos uma vez, no período de até três anos após o ano de término do ensino médio, embora não tenha sido encontrado efeito estatisticamente significante sobre a mesma variável para meninas [1];
  • os efeitos sobre matrícula na universidade e envolvimento com crime documentados acima, são explicados, em aproximadamente um terço, pelos efeitos em habilidades cognitivas e socioemocionais, como argumentado pelos autores usando análises estatísticas de mediação [1].
De onde vem essa informação?
  1. Kautz, T., & Zanoni, W. (2014). Measuring and Fostering Non-cognitive Skills in Adolescence: Evidence from Chicago Public Schools and the OneGoal Program. Chicago, IL: University of Chicago. Unpublished Manuscript.
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