Programa Escolar de Formação de Mindset de Crescimento no Ensino Médio na Noruega

Data de publicação: 03/10/2022

Data da última atualização: 15/10/2022

Qual o objetivo?

Estimular alunos a terem uma visão otimista sobre o papel do esforço para o desenvolvimento de novas habilidades.

Onde e quando foi implementado?

O programa foi implementado no ano de 2016 em escolas de Rogaland, na Noruega, no contexto de um estudo experimental de impacto envolvendo 385 alunos.

Como é o desenho?

O programa teve por foco alunos do 1º ano do ensino médio e a mentalidade desses alunos sobre a natureza da inteligência, estimulando-os a verem as habilidades intelectuais como capazes de crescer em resposta ao esforço (uma postura chamada em psicologia de mindset de crescimento). Em particular, o programa foi estruturado para transmitir as seguintes mensagens:

  1. habilidades intelectuais são maleáveis e, nesse sentido, o cérebro pode crescer e mudar;
  2. trabalho duro e empenho em tarefas desafiadoras criam novas conexões neuronais;
  3. um mindset de crescimento pode ajudar a lidar com as dificuldades enfrentadas na vida;
  4. como um mindset do tipo pode ser apropriado para perseguir objetivos pessoais, dando mais sentido ao esforço despendido em tarefas desafiadoras.

Os alunos contemplados participaram de 3 sessões de 45 minutos no computador, em sala de aula, com um intervalo de 2 semanas entre as sessões. A primeira seção propôs a leitura de um texto apresentado em software desenvolvido pelos implementadores do programa. O software apresentava, com o auxílio de imagens, os resultados de pesquisas sobre o funcionamento do sistema neurológico, e explorava a metáfora de que o cérebro é como um músculo que fica mais forte quando aprende coisas novas. A segunda seção revisitou a metáfora apresentada na primeira seção, trazendo excertos ilustrativos de cientistas, celebridades e relatos pessoais de jovens que tinham sido expostos às lições do programa no passado. A ideia central dessa seção foi de tornar as lições primeira seção mais salientes, inculcando-as na memória e ressaltando sua potencial importância para os alunos e para outras pessoas, e também aproximar o conteúdo da vivência da sua vida cotidiana. Ao final da seção, os alunos foram convidados a selecionar questões de um banco de questões de Matemática e categorizá-las em "fáceis", "médias" ou "difíceis" ou "muito difíceis", criando para si uma planilha de estudos para os próximos meses. A terceira seção, por fim, propôs que os alunos trabalhassem nas questões escolhidas na segunda seção, mobilizando os conhecimentos adquiridos no programa.

O programa também contou com atividades propostas aos alunos para estimular a internalização das principais mensagens. Assim, foi pedido aos alunos que resumissem, por escrito, as principais mensagens do texto e relatassem de que forma o conteúdo se relacionava com a sua vida. Por fim, eles foram instruídos a relatarem que conselhos dariam a um amigo com dificuldades na escola, baseando-se, ainda, no conteúdo do texto que tinham lido.

O que aprendemos com o monitoramento e avaliação?

Foram documentadas, no artigo publicado listado na seção abaixo, as seguintes evidências a respeito do impacto causal do programa:

  • aumento de 55 a 56% de um desvio padrão em um indicador de mindset de crescimento, construído a partir de informação coletada na segunda seção do programa sobre as percepções subjetivas dos alunos de que as habilidades intelectuais são capazes de crescer como resposta ao esforço [1];
  • aumento de 23 a 30% de um desvio-padrão em um indicador de comportamento orientado à busca de desafios, construído a partir de informação coletada, também na segunda seção do programa, sobre o número de questões "difíceis" ou "muito difíceis" escolhidas para a planilha individual de estudos [1];
  • aumento de 19% de um desvio-padrão na nota em um exame padronizado de Matemática aplicado 3 semanas após o fim da implementação do programa [1];
  • os efeitos descritos imediatamente acima foram encontrados apenas para aqueles alunos que tinham um mindset de crescimento "fixo" sobre habilidades intelectuais, que divergia daquela veiculada pelo programa, e para aqueles que tinham notas baixas na escola [1].
De onde vem essa informação?
  1. Bettinger, E., Ludvigsen, S., Rege, M., Solli, I. F., & Yeager, D. (2018). Increasing Perseverance in Math: Evidence from a Field Experiment in Norway. Journal of Economic Behavior & Organization, 146, 1-15.
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