Neste biênio 2024-25 o Imds se consolidou como centro de excelência e de referência para o tema Mobilidade Social. Foram diversas atividades e produtos que resultaram em 95 inserções na mais conceituada mídia brasileira. Nesse período, firmamos e renovamos Acordos de Cooperação Técnica (ACT) com os Estados do Piauí, do Mato Grosso do Sul, de São Paulo e do Rio Grande do Sul, além dos municípios do Rio de Janeiro e de Vitória (ES). Renovamos nosso ACT com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), estabelecendo ambicioso programa de trabalho para os próximos cinco anos.
Esse amplo leque de ACTs expressa uma agenda ampla e complexa de estudos de apoio às administrações públicas. Assim, por exemplo, fizemos a avaliação do estabelecimento e da expansão do ensino médio em tempo integral junto ao governo do Piauí; auxiliamos na avaliação dos programas Todo Jovem na Escola e Professor do Amanhã no estado do Rio Grande do Sul, além de apresentar proposta de repartição tributária para induzir a oferta de vagas para atendimento à primeira infância no mesmo estado.
No ACT de São Paulo auxiliamos na definição da Política de Inclusão Produtiva e Empregabilidade para o Desenvolvimento Econômico, fornecendo toda a modelagem do Programa e auxiliando na estrutura de monitoramento e controle da implementação dessa política pública. No caso do ACT do estado do Mato Grosso do Sul, produzimos estudo pioneiro sobre os efeitos da implantação de indústria de celulose em município de pequeno porte, apresentando um sistema de monitoramento dos impactos de investimentos dessa magnitude em pequenas localidades. Além desse estudo, estamos atualmente desenvolvendo em parceria com a Secretaria de Educação do MS o Preditor de desempenho escolar, visando reduzir a reprovação, abandono e evasão.
Nos ACTs com municípios, depois de fazermos o inovador e único “mapa” da Assistência Social no Brasil, que será publicado em breve, estamos em fase final de elaboração de minucioso levantamento da estrutura de custos dos serviços de proteção básica na área de Assistência Social em Vitória e em desenvolvimento da expansão do Preditor de Reprovação para outras séries escolares no Município do Rio de Janeiro.
Mas nesses dois anos fomos muito além dos trabalhos técnicos decorrentes dos ACTs. Em parceria com o GAPPE/UFPE lançamos o Atlas de Mobilidade Social, rico conjunto de informações sobre as chances de mobilidade social das crianças nascidas na década de 1980, cujos pais situavam-se entre os 50% mais pobres naquela época. Os dados estão disponíveis para todos os municípios do Brasil e tem acesso aberto no site.
Em sintonia com a questão ambiental, estudamos o impacto de eventos climáticos extremos sobre a população vulnerável e em particular sobre aqueles que recebem Bolsa Família. Inicialmente nos dedicamos às áreas rurais e analisamos o impacto de secas extremas sobre a migração de indivíduos e famílias. A segunda etapa está voltada para as áreas urbanas e, nesse caso, os eventos climáticos extremos são as chuvas.
De forma totalmente inovadora realizamos o primeiro trabalho que analisa a primeira geração de beneficiários do Programa Bolsa Família e identificamos que aproximadamente 45% dos beneficiários em 2005 haviam deixado o Programa até 2019.
Ainda na linha de estudos, procuramos identificar o efeito de demissões em massa sobre a vida do trabalhador demitido. Os resultados revelam que, a depender do setor de atividade, o tempo para recuperar o emprego e o salário pode variar de alguns meses até anos e, em alguns casos, jamais voltar à situação inicial.