| Olá, *|NOME|* Um dos objetivos do Imds é produzir pesquisas em temas relacionados à mobilidade social. Além dos trabalhos desenvolvidos dentro do instituto com pesquisadores associados, em 2023 inauguramos duas novas modalidades de apoio, sobre as quais vale a pena falar neste espaço.
O primeiro tipo de apoio consiste em bolsas para suporte a dissertações de mestrado ou doutorado em economia. Começamos neste ano a oferecer bolsas de estudo para o período de até 18 meses para alunos da pós (mestrado ou doutorado) do curso de Economia, que tenham interesse em desenvolver pesquisa na área de atuação do Imds. O candidato precisa se enquadrar nos seguintes pré-requisitos: a) estar matriculado ou já ter concluído o curso de mestrado ou doutorado em Economia em um departamento de economia parceiro do Imds; b) ter concluído as disciplinas obrigatórias; c) ter um projeto de pesquisa aprovado pelo respectivo orientador; d) desenvolver pesquisa em áreas temáticas de impacto potencial em mobilidade social, como por exemplo, habitação; urbanização de pobres; prevenção de violência; assistência social e combate à pobreza; transferências condicionais ou incondicionais de renda; capacitação cognitiva e socioemocional de crianças e jovens; educação básica e superior; inclusão produtiva, trabalho e emprego; atenção à saúde e ao adolescente; e apoio à gestação e à primeira infância.
Os projetos selecionados terão seus desenvolvimentos monitorados pelo instituto, devendo o executor (mestrando ou doutorando) enviar relatório e se reunir conosco mensalmente. Para que nossas sugestões de direcionamento estejam alinhadas com o projeto acadêmico, tais reuniões serão sempre na presença do professor-orientador.
O segundo tipo de apoio é dirigido para pesquisadores jovens, cujo diploma de doutor tenha sido obtido há, no máximo, 10 anos. Neste caso, o Imds executa o projeto em parceria com o pesquisador. O projeto aprovado é acompanhado de um cronograma de execução conjunto com a equipe de técnicos do instituto. Também nesse caso, a bolsa é paga em contrapartida ao envio de relatório técnico mensal e reunião para discussão. Contudo, aqui é exigida disponibilidade para reuniões com a equipe do Imds com a frequência necessária para a execução das atividades previstas no projeto. A mesma disciplina de envio de relatórios mensais da modalidade anterior é implementada, mas as reuniões de equipe podem ter frequência semanal, dependendo da fase do projeto.
As experiências têm sido muito proveitosas, e vale a pena falar um pouco sobre os projetos de pesquisas sendo implementados por pesquisadores do departamento de economia da USP, um em cada modalidade. Na modalidade de tese, a mestranda Julia Queiroz, orientada pela professora Solange Gonçalves, analisa o efeito de choques de desemprego de pais e/ou mães sobre a oferta de trabalho dos filhos. Um esforço é feito para identificar eventual heterogeneidade de respostas, por sexo e por composição familiar (monoparental ou biparental). Júlia e Solange aproveitam a característica de painel da PNAD Contínua para estimar impactos de curto prazo dos choques de desemprego. O interesse do Imds no tema é motivado por uma questão mais ampla: é possível desenhar uma política de seguridade social voltada especialmente para os mais pobres, que implique em baixa volatilidade do consumo familiar per capita mesmo na presença de alta variância de renda domiciliar? Entender como choques de renda dos pais afetam o investimento em capital humano e o bem-estar dos filhos ajuda a dimensionar o seu impacto intergeracional, e é um primeiro passo na direção de uma análise de custo-benefício de uma política de seguridade social com foco nos mais pobres. Na modalidade de apoio a jovens pesquisadores, estamos apoiando o professor Raphael Corbi em um projeto realizado em parceria com dois pesquisadores do instituto, Flávio Riva e Matheus Leal, cujo objetivo é uma avaliação de impacto de longo prazo do programa federal Jovem Aprendiz. Esse programa oferece capacitação para jovens entre 14 e 24 anos, combinando cursos de qualificação profissional com atividades práticas dentro de empresas, as quais recebem subsídios para a contratação do jovem. Nosso interesse é identificar mecanismos de inserção produtiva que tenham melhor custo-benefício. Entender se jovens contratados como aprendizes têm maior probabilidade de estarem empregados ou de receberem maiores salários 15 anos depois, e explorar heterogeneidades do impacto da política é relevante no aperfeiçoamento de desenho de pedagogias profissionalizantes. Essas modalidades, neste momento inicial, estão franqueadas a alguns departamentos de economia selecionados: USP – São Paulo, PUC-Rio e UFRJ. Para 2024, o Imds estenderá o convite para outros parceiros selecionados, possivelmente explorando centros de economia das regiões Sul e Nordeste do Brasil, além de outros centros do Sudeste. Até a próxima "Carta do Imds"! Paulo Tafner Diretor-presidente |
