Olá, *|NOME|* Na última quarta-feira, 07/12, durante o 44º Encontro da Sociedade Brasileira de Econometria em Fortaleza, Ceará, foi realizada a primeira edição da sessão especial organizada pelo Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (Imds), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e a Sociedade Brasileira de Econometria (SBE), tratando da temática “Juventude no Brasil”. Morgan Doyle, representante do BID no Brasil, e Flávia Chein, presidente da SBE, destacaram a importância de desenvolver as competências dos jovens, grupo populacional que está longe de ser homogêneo, e de fazer isso a partir de insights que a produção acadêmica pode fornecer, gerando frutos para a sociedade. José Luíz Rossi Junior, economista do BID, aproveitou a ocasião para anunciar que, em breve, o BID lançará um documento em parceria com diversas instituições, incluindo o Imds, com pesquisas sobre questões sociais, dentre elas, juventude – tema considerado estratégico para a instituição. Rossi comentou que as questões são parecidas em diversos países, como a questão da violência, no Uruguai, e dos jovens “nem-nem”, na Argentina. Paulo Tafner, diretor-presidente do Imds, destacou a qualidade dos trabalhos inscritos parabenizando os vencedores e enfatizando a importância do tema para o País. Na sequência, fez uma exposição sobre os desafios que se apresentam à juventude brasileira, particularmente em relação à produtividade. Foram apresentados pontos relativos ao desenvolvimento de capacidades, mobilidade social, inserção produtiva e desafios ao avanço da produtividade no país. Tafner sublinhou que 30% dos jovens brasileiros não concluíram a educação básica e que o percentual de jovens frequentando o nível superior é baixo e estável no tempo. Comparando grau de escolaridade entre filhos e pais, mostrou que o percentual de filhos que superou a escolaridade do pai é de 68%, número apontado como um resultado “bom, mas não é grande mérito para o país, porque o percentual dos pais já não era alto”. Discutiu, ainda, a importância do contexto familiar para o desenvolvimento educacional, afirmando ser preocupante o fato de mesmo entre os níveis socioeconômicos mais altos a qualidade de aprendizagem não estar num nível bom. Por fim, comparou o ganho de produtividade média anual entre o Brasil e a Ásia, a África e a América do Sul, destacando que o período de crescimento do bônus demográfico não foi bem aproveitado no desenvolvimento social do país, o que impõe um desafio adicional para as próximas gerações. Em seguida, houve a entrega do Prêmio BID-IMDS-SBE 2022. Solange Gonçalves e Renata Narita receberam o certificado de segundo lugar pelo artigo “Household job search and labor supply of secondary wage earners”, coautorado também por Naercio Menezes-Filho. Já Luiz Brotherhoood ganhou o certificado pelo primeiro lugar do artigo "Income-Based Affirmative Action in College Admissions", escrito com João Ramos e Bernard Herskovic. Gonçalves apresentou os destaques da pesquisa, na qual os autores buscaram analisar a interação entre as decisões intrafamiliares de oferta de trabalho – particularmente a relação da decisão dos jovens a partir das de seus pais, especialmente das mães. Dentre os resultados, notou-se que o aumento da entrada de mães no mercado de trabalho impacta negativamente a oferta de mão de obra dos filhos jovens. Brotherhood e coautores estudaram o potencial ganho de eficiência das ações afirmativas em admissões universitárias, buscando compreender se os ganhos dos beneficiários da política superam as perdas daqueles que deixam de acessar às vagas. Os resultados sugerem ganhos de eficiência quando se leva em conta o capital humano acumulado entre os dois grupos de jovens antes da universidade. Para ler a íntegra dos artigos, clique aqui para primeiro colocado e aqui para o segundo. Até a próxima “Carta do Imds”! Paulo Tafner Diretor-presidente |