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2025 - Edição 71 | 13 de maio

Imds realiza oficina de apresentação do Antecedente de Evasão Escolar

Em visita à Secretaria Municipal do Rio, equipe técnica do instituto discute o uso da ferramenta e possíveis desafios

Olá, *|NOME|*

          O Imds organizou em março na Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro uma oficina de apresentação da ferramenta “Antecedente de Evasão Escolar,” também conhecida como Preditor. O encontro funcionou como uma roda de escuta e de conversa dinâmica, de maneira a criar um diálogo entre as duas instituições sobre os mecanismos necessários para colocar o projeto em uso ainda durante o ano letivo de 2025. A ideia foi reunir pessoas que atuam em diferentes áreas da Secretaria de Educação para explicar como a ferramenta funciona e agregar a visão daquelas equipes ao trabalho do instituto.

          O Antecedente de Evasão Escolar é uma ferramenta capaz de antecipar quais alunos – matriculados nos anos finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) da rede pública do município – ¬¬ correm risco de não alcançar os objetivos de aprendizagem e, portanto, de se tornarem muito propensos ao abandono das aulas. A ferramenta foi apresentada no final do ano passado à Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro e despertou o interesse de alguns dos entes subnacionais com os quais o Imds mantém Acordo de Cooperação Técnica (ACT).

          Dialogar com os atores da rede de ensino é um passo essencial para garantir que a ferramenta atenda às necessidades predominantes das escolas. São esses profissionais que vivenciam diariamente os desafios da sala de aula e da gestão escolar. Seu envolvimento direto também permite ajustes importantes na usabilidade e nas funcionalidades do projeto, aumentando as chances de a ferramenta ser útil no dia a dia e de sua adesão.

          A oficina começou com uma explicação da ciência que embasa o projeto, desenvolvido a partir do uso de técnicas avançadas de machine learning, e a exposição dos dados utilizados na ferramenta pela cientista de dados do Imds Monica Bahia. Ela destaca que a força motora vem do conceito de “estudar o passado para tentar prever o futuro”. O modelo é baseado nos históricos disponíveis de alunos da rede de ensino e busca responder uma pergunta central: com todas as pistas que o próprio aluno deixa, é possível antecipar se ele enfrentará obstáculos para avançar no curso? As pistas deixadas em anos anteriores ajudam a obter essa previsão atualizada.

          O Antecedente de Evasão analisa os dados disponíveis sobre um aluno e sobre a escola que ele frequenta. É sabido que a gestão escolar é importante e influencia o resultado dos alunos.

          O Preditor utiliza o que se entende por “modelo do primeiro dia”, que seria o levantamento e a antecipação de informações importantes já nos primeiros dias do ano letivo. Ao longo do ano, o dispositivo é alimentado com mais dados conforme o aluno realiza provas e seu engajamento na sala de aula é observado. São levados em consideração os resultados obtidos nos primeiro e no segundo bimestre, estágios que funcionam como termômetro para medir o desempenho e os resultados dos esforços para aliviar os obstáculos.

          Em um segundo momento, a pesquisadora Bruna Goussain conduziu uma atividade prática com os profissionais que participaram da oficina, a partir da interação com o Mapa de Uso do Preditor. As seguintes perguntas guiaram a dinâmica: O que é feito hoje para evitar a reprovação? Quando e como usariam a ferramenta? Como gostariam de ver esses dados? Como o dispositivo pode ajudar nas tomadas de decisões? Quais os possíveis desafios para adotar a ferramenta?

          A conversa ficou centrada nas possíveis ações e obstáculos enfrentados pelos gestores, em função do debate que surgiu a partir dos questionamentos iniciais. Durante a dinâmica, as discussões abordaram a importância de se conhecer os fatores de risco que afetam os alunos e como a ferramenta pode atuar nessa análise. Além disso, o grupo destacou o diretor de uma escola como a peça-chave desse processo. Os profissionais argumentaram que, se o diretor entende a política pública e como ela funciona, além de entender o que é possível fazer com os dados apresentados, ele consegue mover as peças dessa estrutura, colocando em prática o que é desenvolvido na secretaria.

          Outro diálogo relevante foi a respeito da diferença no perfil socioeconômico entre as escolas do Rio, que implica em significativa diferença de desempenho. Essa variação é perceptível entre as regiões, e a distância não precisa ser grande para que as diferenças apareçam. Duas escolas em um mesmo bairro podem apresentar perfis distintos, a depender da localidade – se é dentro ou fora de uma comunidade, por exemplo.

          A elaboração do Antecedente de Evasão é um dos frutos da parceria entre o Imds e a Secretaria Municipal de Educação do Rio, e a implementação dessa ferramenta surge como uma solução inovadora na luta por uma melhor qualidade de aprendizagem.

          Bom aprendizado é elemento-chave para aumentar as chances de mobilidade social dos alunos mais vulneráveis de nosso país. O Imds está plenamente focado no desenvolvimento de ferramentas que possam melhorar o desempenho desses alunos.

          Até a próxima "Carta do Imds"!

          Paulo Tafner

          Diretor-presidente


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Enviado por Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social – Imds

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